Mais de 250 estudantes saíram este sábado 17, às ruas de Luanda para protestar contra o que chamam de “comercialização do ensino”. Em causa está o decreto presidencial que autoriza a cobrança de propinas no ensino superior público. A manifestação foi dispersada pela polícia e houve detenções.
“No fundo é por causa das propinas – estão muito altas. Há comercialização do ensino por parte das ministras da Educação, do Ensino Superior e das Finanças. Estamos a chamar atenção dessas pessoas para não comercializarem a educação”, disse à DW África Francisco Teixeira, o presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), sobre os objetivos do protesto.
Os estudantes pretendem, exatamente que “se revogue o decreto 124/20, que autoriza cobrança nas universidades, e que se baixe as propinas nas universidades privadas”, explica.
Presidente do CNJ vaiado
No local da concentração – o Largo das Heroínas – o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), Isaías Kalunga, foi vaiado e expulso do local por supostamente não representar a juventude.
Mas Francisco Teixeira, presidente do MEA, reprova a atitude de alguns destes manifestantes. “Acho que é uma atitude errada. Nós temos que aprender a viver na diferença. Ele veio para atividade, é um jovem, é angolano, veio prestar a sua solidariedade para mim é muito normal. A atitude foi desnecessária”.
Durante a marcha, os manifestantes exibiam cartazes com dizeres como”não matem o sonho da juventude estudar é um direito e polícia, por favor, não me batam [sic] não quero ser analfabeto”.
Pedro Dambi, licenciado em Sociologia foi um dos participantes. “Embora eu já seja licenciado, estou a dar o meu contributo para que as gerações vindouras não encontrem as mesmas dificuldades que eu passei”, disse.