Félix Francisco Mundo, um dos subscritores da reivindicação, precisou que os ativistas estão retidos no Comando Municipal da Polícia, para onde foram conduzidos pouco depois das 13 horas.
Na base da greve de fome, o também ativista Félix Francisco Muondo diz que está o espancamento de que dizem ter sido alvos por agentes da Polícia Nacional , depois de serem detidos na passada quinta-feira.
“Eram cinco que não estavam a comer, mas agora todos os dez disseram que não vão comer e até agora estão mesmo aí sem comer nada”, acrescenta Muondo, justificando que “eles estão a fazer a greve pela pancada que a Polícia lhes deu””.
Os jovens foram presos quando tentavam sair às ruas de Calandula, pela terceira vez, para pedir a exoneração do administrador municipal local, Pedro Sebastião Dembué, alegadamente por incumprimento das suas obrigações como gestor principal.
O diretor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, intendente Junqueira António, confirma a greve de fome, mas diz que órgãos estão a trabalhar para reverter a situação.
“Julgamos que se está a fazer um trabalho para que esta atitude seja reversível”, confirma. O responsável justifca as detenções com o fato dos ativistas terem violado a lei de reuniões e manifestações.
“Foi num feriado e a lei das manifestações não prevê a realização deste direito em dias de feriado”, acrescenta.
Os arguidos estão em Cacuso por ausência de infra-estruturas do Ministério Público e Tribunal Municipal em Calandula.
De relembrar que, no sábado, 15 jovens na cidade de Malanje foram dispersos por efectivos da PN quando pretendiam realizar uma vigília em protesto contra os acontecimentos de Calandula.
Jesse Figueiredo, um dos integrantes do grupo e que diz ter sido agredido por agentes da PN, ficou internado no Hospital Regional de Malanje.