O crime aconteceu num Sábado, 29 de Outubro de 2018, quando o inspector- chefe Armindo Soma, de 53 anos de idade, que se encontrava de braçal como Oficial Dia, chamou a reclusa para o seu gabinete, pensando ela que se tratava de mais um interrogatório rotineiro. Posta lá, terá sido obrigada a tirar a roupa e forçada a manter relação sexual. Saiu do gabinete aos prantos e gritos, queixando-se de dor de bexiga na cela em que se encontrava detida.
Segundo contou a vítima, em entrevista à Radio Mais Benguela, naltura, preparava-se para ir à casa de banho quando foi surpreendida com a chamada do comandante, que queria vê-la no seu gabinete o mais rapidamente possível. “Assim que me levantou, começou a enfiar-me os dedos (nos órgãos genitais) e me empurrou na cadeira.
Fez sexo e, assim que acabou, limpou-se com cortina dele”, disse a jovem, que estava em detenção havia já alguns dias, na sequência de uma briga por questões passionais. Antes de consumar a penetração, disse, agrediu-a psicologicamente, interrogando-a sobre a sua vida íntima, tendo-a obrigado a “romper” a relação com o esposo. A jovem revela ainda que, depois de o acto ter sido consumado por duas vezes, o suposto autor prometeu oferecer-lhe alguns bens, dentre os quais um telefone.
entretanto, passado 2 anos, a vitima nunca recebeu nenhuma indeminização do acusado e nem o mesmo comandante foi sancionado, contou ao RA uma fonte familiar.
Não se deixando levar pelas promessas, decidiu contar tudo aos agentes que se encontravam do lado de fora e que a viram a deixar o gabinete do comandante aos prantos. Um deles, prossegue a senhora, aconselhou-a a ir tomar banho.
“Eu já conhecia o senhor, fui trabalhadora (doméstica) em sua casa, em 2016. Eu nunca fui namorada dele, nunca fui amiga dele, apenas fui trabalhadora”, referiu a entrevistada da Rádio Mais, revelando, por outro lado, que há muito que tem sido vítima de assédio sexual por parte do acusado.
“Um dia, eu estava a me banhar, ele me disse para vir e dar beijo aos órgãos genitais dele. Eu não falei nada e essa é uma das situações que me fizeram deixar de trabalhar na casa dele”, realçou.
A jovem, de 31 anos de idade, disse que o suspeito nem teve o despeito de se envolver com ela sem preservativo. Teme a contracção de alguma doença sexualmente transmissível, pede que se faça justiça e que o suposto autor responda pelo que fez, porquanto atentou contra a sua honra enquanto mulher.
“Fui ao hospital e mandaram-me aparecer no dia seguinte para fazer o exame de VIH/SIDA”, contou, bastante ressentida com o sucedido, uma vez que isto causou rejeição por parte do esposo, não fossem os agentes da Polícia Nacional o terem acalmado e aconselhado a não agir de “cabeça quente”.
O suposto autor já está sob custódia da Polícia Nacional. Não é a primeira vez que ocorrem casos do género envolvendo altas patentes da Polícia Nacional em Benguela. O primeiro caso, já em tribunal, deu-se no Lobito. O até então comandante da Unidade de Trânsito daquela circunscrição, Ernesto Ferreira dos Santos, foi acusado de violar uma adolescente de 13 anos de idade, num lugar ermo.