Persiste o braço de ferro, na Ordem dos Médicos que confirma a continuação de Elisa Gaspar a frente daquela instituição, mesmo depois de ter sido destituída.
A bastonária da Ordem dos Médicos de Angola (ORMED), Elisa Pedro Gaspar rejeitou a deliberação do Conselho Regional Norte que a destitui do cargo por alegados actos de má gestão consubstanciada no desvio de 19 milhões de kwanzas.
O Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola (ORMED) deliberou, sábado, em Luanda, o afastamento da bastonária Elisa Pedro Gaspar da liderança do órgão.
A medida, tomada durante uma Assembleia-geral Extraordinária, deveu-se, essencialmente, a uma suposta gestão danosa de bens financeiros e patrimoniais por parte da responsável.
Elisa Gaspar, que está de luta por perca da sua mãe, negou gravar a entrevista e remeteu a RFI o diretor para comunicação e imprensa da Ordem, Aldemiro Cussivila que refuta tais acusações considerando-as de infundadas.
Em reação, Aldemiro Cussivila em declarações a RFI , disse que Elisa Gaspar vai continuar nas suas funções até ao fim do seu mandato e garantiu que A Ordem dos Médicos de Angola tomou “ conhecimento por via da comunicação social de uma suposta destituição da sua Bastonária” e Por forma a esclarecer a opinião pública.
“A actual Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola Dra Elisa Pedro Gaspar foi eleita democraticamente para um mandato de três anos (2019-2022); As informações que têm sido publicadas não passam de uma tentativa de manipulação da opinião pública para desvalorizar as reformas em curso na Ordem dos Médicos de Angola” lê-se no comunicado que tranquiliza aos associados que “a Bastonária da Ordem dos Médicos de Angola continua em suas funções até ao final do seu mandato”.
O presidente do Sindicato dos Médicos , Adriano Manuel disse à RFI que a bastonária estava a criar um “clima nepotismo” e demonstrava falta de solidariedade para com os seus colegas.
Para o também membro da ordem, além de gestão danosa, Elisa Gaspar mostrou-se indiferente às manifestações de homenagem ao falecido médico Sílvio Dala, atitude que considera um autêntico “sinal de desprezo aos problemas da classe”.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Adriano Manuel, disse que a bastonária estava a criar um “clima nepotismo” e demonstrava falta de solidariedade para com os seus colegas.
Para o também membro da ordem, além de gestão danosa, Elisa Gaspar mostrou-se indiferente às manifestações de homenagem ao falecido médico Sílvio Dala, atitude que considera um autêntico “sinal de desprezo aos problemas da classe”.
entretanto o Gabinete Jurídico da Ordem dos médicos, já reagiu em comunicado que o Repórter Angola teve hoje acesso, onde esclarece que considera ” invalidade a Assembleia geral realizada no passado dia 17, por estar em desconformidade com os estatutos e por ser realizada a revelia” e no seu ponto dois, a nota que temos vindo a citar diz que “considera ilegitimidade da região norte em convocar a referida assembleia geral e deliberar matérias de âmbito nacional, uma vez que, os associados de Cabinda, Uíge, Bengo e Zaire não se fizeram presentes” lê-se no documento assinado por Gabriel V M Correia e Laurindo Martirio.
Elisa Gaspar, eleita bastonária da Ordem dos Médicos de Angola a 28 de Abril de 2019, com 45,5 por cento dos votos, é acusada de ter desviado 19 milhões de kwanzas.
A denúncia foi feita pelo antigo director do seu gabinete, Domingos Cristóvão, que não só acusa a responsável de gestão ruinosa como também de ter “traído as expectativas de todos aqueles que votaram nela”.
Segundo o Domingos Cristovão, a acusada terá usado uma boa parte do dinheiro na compra de uma “mobília para a sua residência, na reparação da mesma, viagens para Portugal e Brasil para ela e o filho, para além de outros gastos supérfluos”.
O antigo director diz que os valores em causa foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MINSA), para o pagamento de salários, mas a bastonária terá dado outro destino, deixando os “trabalhadores sem salários durante cinco meses”.
Conforme o comunicado final da assembleia-geral, lida pela a presidente de mesa da assembleia do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola, Arlete Luiele, que considera terem dado “um passo certo”.
O conselho fiscal regional norte da Ordem dos Médicos de Angola (Ormed) também pediu uma auditoria externa às contas da instituição por alegados desvios de fundos e gestão danosa por parte da bastonária Elisa Gaspar.
A médica pediatra-neonatologista Elisa Gaspar esteve ausente do encontro deste sábado, além da destituição da bastonária, os mais de 50 por cento dos membros da ORMED constituíram comissões de gestão e de inquérito independentes, para auditar as contas da instituição.
A comissão de gestão, que tem 90 dias para preparar um novo processo eleitoral, integra os médicos Arlete Luele, Rosalon Pedro, Jeremias Agostinho, Benedito Quintas e Armando Caála.
A ORMED é composta pelas regiões Norte (Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo e Luanda), Centro (Cuanza Sul, Benguela, Huambo, Bié e Moxico), Leste (Cuanza Norte, Malanje, Lunda Norte e Lunda Sul) e Sul (Namibe, Huíla, Cuando Cubango e Cunene).
Conforme os estatutos da ORMED, o bastonário só pode ser destituído em Assembleia-Geral convocada pelo presidente da Mesa do Conselho Nacional, que nesta altura está em vacatura.
Entretanto, o estatuto da ORMED não prevê a destruição, pelo que, havendo vacatura na Mesa do Conselho Nacional, cabe ao bastonário ou ao seu vice, sempre que solicitado e justificado, convocar as reuniões do Conselho Nacional.