A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) rendeu esta segundo-feira, homenagem a Hilbert de Carvalho Ganga e pede que seja feita justiça.
Para o colégio presidencial da CASA-CE, a revisão do processo “dará sentido moral e material” à máxima defendida pelo Presidente angolano, João Lourenço: “Ninguém é tão poderoso que não possa ser punido, nem pobre demais que não possa ser protegido”.
Hilbert de Carvalho Ganga foi morto, a 23 de Novembro de 2013, por elementos da UGP depois de ter sido detido quando colocava cartazes no perímetro da Presidência da República, em Luanda.
Os cartazes eram alusivos ao desaparecimento e morte de dois ativistas, Isaías Cassule e Alves Kamulingue.
Ambos foram assassinados, em 2012, quando tentavam organizar uma manifestação, que visava exigir do Governo de José Eduardo dos Santos o pagamento de salários em atraso e uma indemnização, enquanto antigos membros da UGP.
O autor confesso dos disparos que vitimaram Hilbert Ganga, Desidério Patrício Barros, inicialmente acusado pelo Ministério Público de homicídio voluntário, foi absolvido, em 2015, pelo Tribunal Provincial de Luanda.
Hoje, a CASA-CE diz, numa nota de imprensa, enviada à Lusa, que Hilbert de Carvalho Ganga, patrono da Juventude Patriótica de Angola (JPA), braço juvenil da coligação, foi mártir da repressão contra as liberdades e direitos de cidadania.
“Rendemos a singela e merecida homenagem ao bravo jovem engenheiro, Hilbert de Carvalho Ganga, executado a tiro, em tempo de paz, por agentes da Unidade de Segurança Presidencial”, lê-se no documento.
O colégio presidencial da coligação, liderado pelo almirante André Mendes de Carvalho “Miau”, “reafirma” também o seu “engajamento e compromisso patriótico de manter acesa na memória dos angolanos e nos anais da nossa história recente a figura de Ganga”.
A CASA-CE considera Hilbert de Carvalho Ganga “inesgotável fonte de inspiração dos jovens angolanos, continuadores da luta pela concretização do Estado democrático e de direito, em Angola”.
Esta segunda força política na oposição angolana, que se diz “preocupada” com a “conturbada” situação social em Angola, exorta ainda os angolanos, sobretudo jovens, a “manterem o foco e a não renunciarem o presente e nem adiarem os seus sonhos”.
“Buscando com serenidade, responsabilidade e atitude, sempre pela via da legalidade, os caminhos conducentes à plena realização de Angola e dos angolanos, propósitos porque lutaram Hilbert Ganga e todos os demais heróis da nossa pátria”, assinala a coligação.