Emmanuel Macron está a ser criticado nos países muçulmanos por se recusar renunciar às caricaturas do profeta Maomé.
Da Jordânia ao Irão, passando pelo Paquistão e Índia, vários países muçulmanos saíram às ruas para protestar contra o Presidente de França, Emmanuel Macron, e pelo boicote aos produtos franceses.
Macron tornou-se alvo de manifestações em vários países muçulmanos depois de prometer que a França continuaria a defender a produção de caricaturas como as do profeta Maomé, durante uma homenagem nacional ao professor Samuel Paty, na quarta-feira passada.
No discurso de homenagem ao professor, o presidente afirmou que Samuel Paty “tornou-se o rosto da República” e da luta contra o terrorismo.
A centenária universidade parisiense Sorbornne recebeu esta quarta-feira a homenagem nacional a Samuel Paty, o professor que foi decapitado na passada sexta-feira depois de ter dado uma aula de liberdade de expressão em que mostrou as caricaturas do profeta Maomé.
O local da homenagem foi escolhido por Emmanuel Macron, que optou por realizar a cerimónia no mesmo local onde, em 2015, foram homenageadas as vítimas de terrorismo.
A Turquia assumiu a liderança na crescente revolta no mundo muçulmano e o seu Presidente, Recep Tayyip Erdogan, pediu um boicote aos produtos franceses e questionou a “sanidade mental” de Macron.
A Presidência francesa considerou, na sexta-feira, “inaceitáveis” as declarações do Presidente turco, enquanto o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assim como vários líderes europeus, defenderam Macron.
O apelo acontece um dia depois do líder turco criticar as atitudes do Presidente francês, Emmanuel Macron, face aos muçulmanos.
Erdogan disse que Macron tinha um problema com a religião muçulmana e aconselhou-o a fazer “terapia mental” para as medidas que tomou contra o fundamentalismo islâmico em França, depois de um professor do ensino médio ter sido decapitado por mostrar caricaturas de Maomé em sala de aula, nos arredores de Paris.
O Presidente turco acusou Macron de agir contra milhões de muçulmanos em França, referindo-se à ofensiva contra o radicalismo islâmico, com o encerramento de uma mesquita e a dissolução de associações islâmicas em resposta ao assassínio do professor Samuel Paty.